Espécie endêmica do Brasil (Vieira e Sampaio, 2020), com ocorrência nos seguintes estados: ESPIRITO SANTO, município de São Roque do Canaã; GOIÁS, município de Alto Paraíso de Goiás; MINAS GERAIS, município de Alto Caparaó, Camanducaia, Catas Altas, Diamantina, Santa Luzia e Santana do Riacho. Segundo a Flora do Brasil 2020 a espécie não ocorre no estado de GOIÁS. De acordo com Bittrich e Weitzman (2002), a espécie é distribuída nas montanhas do Rio de Janeiro e São Paulo, no Estado de São Paulo é conhecida por um único espécime coletado na Serra da Bocaina.
Árvore de até 2,5 m, endêmica do Brasil (Vieira e Sampaio, 2020). Popularmente conhecida por congonhinha, foi documentada em Campo de Altitude, Campo Rupeste e Floresta Estacional Decidual associadas a Mata Atlântica e Cerrado presentes em nos estados do Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Apresenta distribuição ampla, EOO=252517 km², porém disjunta, AOO=44 km², ocorrências muitos escassas e antigas em São Paulo e em Goiás e, no Rio de Janeiro, não foram encontrados materiais-testemunho de sua presença no estado, apesar de Bittrich e Weitzman (2002) indicarem T. cuneifolia como provável ocorrência para a flora fluminense. Foi declarada Presumivelmente Extinta no estado de São Paulo (SMA-SP, 2016). O turismo desordenado nas áreas de ocorrência da espécie, Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO) e Serra do Caraça (MG), pode ser uma das principais ameaças para a espécie (Barbosa, 2008; Machado, 2008). Nas áreas de Campos Rupestres em Minas Gerais, a silvicultura de eucalipto é marcante na paisagem, ocupando cada vez mais espaço (Machado, 2008). A atividade mineradora nas áreas de ocorrência da espécie tanto em Minas Gerais (DNPM, 2019) como em Goiás (Barbosa, 2008) e no Espírito Santo (Barbosa, 2008) alteram significativamente os ecossistemas. Nos municípios de ocorrência da espécie no Espírito Santo, a área original de Mata Atlântica foi reduzida em até 92% ( (SOS Mata Atlântica e INPE - Aqui tem Mata, 2019a,b). Assim, mesmo com registros de coleta realizados dentro dos limites de Unidades de Conservação de proteção integral, infere-se declínio contínuo em EOO, AOO e em extensão e qualidade de habitat. Diante dest cenário, portanto, T. cuneifolia foi considerada Em Perigo (EN) de extinção nesta ocasião. Recomendam-se ações de pesquisa (distribuição, números e tendências populacionais) e conservação (garantia de implementaçao efetiva de Planos de Ação, garantia de efetividade de UCs) a fim de se ampliar o conhecimento sobre a espécie e suas subpopulações para assim garantir sua perpetuação na natureza, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção. A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora ameaçada de extinção da Serra do Espinhaço Meridional (Pougy et al., 2015) e será, portanto, beneficiada por ações de conservação.
A espécie foi avaliada pelo CNCFlora em 2013 (Martinelli e Moraes, 2013) e consta como Vulnerável (VU) na Portaria MMA 443/2014 (MMA, 2014), sendo então necessário que tenha seu estado de conservação reavaliado após cinco anos da última avaliação.
Ano da valiação | Categoria |
---|---|
2012 | VU |
Descrita em: London Journal of Botany 4: 100. 1845. Caracterizada por apresentar lâmina coriácea, face abaxial escuro-pontuada. Flores axilares, bissexuadas, fruto imaturo subgloboso. Popularmente conhecida por congonhinha (Bittrich e Weitzman, 2002).
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
---|---|---|---|---|---|
1.3 Indirect ecosystem effects | 1.3 Tourism & recreation areas | habitat | past,present,future | national | high |
O turismo desordenado nas áreas de ocorrência da espécie, Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO) e Serra do Caraça (MG), pode ser uma das principais ameaças para a espécie, pois há falta de infraestrutura básica para que esta atividade seja realizada sem impactos ambientais (Barbosa, 2008; Machado, 2008). | |||||
Referências:
|
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
---|---|---|---|---|---|
1.2 Ecosystem degradation | 2.2.3 Scale Unknown/Unrecorded | habitat | past,present,future | local | high |
Na serra do Caraça, a silvicultura de eucalipto é marcante na paisagem, ocupando cada vez mais espaço (Machado, 2008). | |||||
Referências:
|
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
---|---|---|---|---|---|
1.2 Ecosystem degradation | 3.2 Mining & quarrying | habitat | past,present,future | national | high |
A atividade mineradora nas áreas de ocorrência da espécie pode ser uma das principais ameaças para a espécie, Diamantina (MG) já teve a mineração como principal fonte de economia da região (Giulietti et al., 1987) e atualmente existem processos de pesquisa e requerimento de áreas a serem mineradas com especial interesse em quartzito, manganês e ouro (DNPM, 2019), Catas Altas (MG) possui atividade mineradora em expansão (Santos, 2010), na Serra do Caraça (MG) houve mineração de ouro e hoje há atividade mineradora de ferro alterando significativamente a paisagem do lugar (Machado, 2008)., Parque Nacional do Caparaó (MG) houve produção mineral de mica e o caulim (Comastri et al., 1981), no ano de 2008 havia 217 solicitações de atividades minerárias registradas para a Região do PNC (DNPM, 2008) e em Alto Paraíso de Goiás (GO), a extração mineral embora tenha perdido sua importância inicial na economia local, ainda é praticada pontualmente, de forma mecanizada ou em pequena escala, de modo rudimentar (Barbosa, 2008). | |||||
Referências:
|
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
---|---|---|---|---|---|
1.2 Ecosystem degradation | 5.3.5 Motivation Unknown/Unrecorded | habitat | past,present,future | regional | high |
Os municípios de ocorrência da espécie possuem entre 8,8% (Camanducaia – MG) e 9% (São Roque do Canaã – ES) de remanescentes da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica e INPE - Aqui tem Mata, 2019). | |||||
Referências:
|
Ação | Situação |
---|---|
1.1 Site/area protection | on going |
A espécie foi registrada na Área De Proteção Ambiental Fernão Dias (US), Área De Proteção Ambiental Morro Da Pedreira (US), Área De Proteção Ambiental Pouso Alto (US), Área De Proteção Ambiental Sul-RMBH (US), Parque Nacional Da Serra Do Cipó (PI), Parque Nacional De Caparaó (PI), Parque Natural Municipal De Piraputangas (PI) e Parque Natural Municipal Tancredo Neves - Passa Cinco (PI). |
Ação | Situação |
---|---|
5.1.2 National level | on going |
A espécie foi avaliada como Vulnerável à extinção (VU) e está incluída no ANEXO I da Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (MMA, 2014). | |
Referências:
|
Ação | Situação |
---|---|
5.1.2 National level | on going |
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora ameaçada de extinção da Serra do Espinhaço Meridional (Pougy et al., 2015). | |
Referências:
|
Ação | Situação |
---|---|
5.1.2 National level | needed |
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora ameaçada de extinção da Bacia do Alto Tocantins (em elaboração). |
Ação | Situação |
---|---|
5.1.3 Sub-national level | on going |
Espécie avaliada como Presumivelmente extinta pela segunda revisão da lista oficial das espécies da flora ameaçadas de extinção no Estado de São Paulo (SMA, 2016). | |
Referências:
|
Uso | Proveniência | Recurso |
---|---|---|
17. Unknown | ||
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais. |